A Diáspora dos Judeus
- Cap 1
- 1 de mar. de 2016
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Os judeus recobraram certa independência quando os persas, sob o comando de Ciro, conquistaram a Babilônia. No ano de 333 a.C., Alexandre, o Grande, da Macedônia, dominou todo o oriente Médio, mas aos poucos, depois de longas lutas, os judeus consolidaram sua independência. Com a expansão do império romano, essa região passou a ser dominada por Roma. Mesmo dominados os judeus mantiveram uma autonomia relativa até o ano 70 de nossa era. Nesse ano, os romanos tentaram construir um templo para Júpiter, em Jerusalém, o que ocasionou a rebelião do povo judeu. O esmagamento dessa rebelião provocou sua fuga para diversas partes do mundo. A partir desse momento deixou de existir um Estado judeu até o ano de 1948. Essa dispersão dos judeus pelo mundo é conhecida como diáspora.
Civilização Hebraica
No século XI a.C., o sucessor de Saul, Davi (1009 – 970 a.C.), conseguiu reverter o quadro militar, vencendo definitivamente os inimigos e assim, inaugurando a fase mais brilhante e poderosa da história hebraica. O Estado Israelita, forte e estável, foi dotado de um exército permanente e de uma organização burocrática, tendo a cidade de Jerusalém como capital. Davi ainda expandiu as fronteiras do reino, conquistando as terras a leste do rio Jordão e parte da Síria.Durante o governo de Salomão (970 – 931 a.C.), o reino hebraico conheceu o apogeu, transformando-se numa das grandes monarquias orientais, ampliando suas atividades comerciais e empreendendo a construção de diversas obras públicas, como o templo de Jerusalém, dedicado a Jeová. Esta época foi de singular opulência e grandiosidade, cujos exageros envolveram desde a economia e cultura até o cotidiano familiar. Um exemplo vem do próprio Salomão que, segundo a Bíblia, desposou setecentas princesas e ainda possuiu trezentas concubinas. Dada a excepcional localização do seu reino e a aliança com os fenícios que dominavam o comércio marítimo, Salomão pôde controlar as grandes rotas terrestres do comércio oriental. Contava também com a debilidade momentânea da Mesopotâmia e do Egito, incapazes de cercear o seu desenvolvimento econômico. Contudo, a cobrança de pesados impostos e o trabalho dos camponeses nas grandes obras públicas semearam o descontentamento que, com a morte de Salomão, agravou e ativou a disputa entre as tribos pela sucessão do monarca. O herdeiro e sucessor de Salomão, Roboão, não conseguiu manter a unidade do reino hebraico: as dez tribos do Norte, lideradas por Jeroboão, separam-se e fundaram o Reino de Israel, estabelecendo sua capital em Samaria. Apenas as duas tribos do Sul continuaram fiéis a Roboão e constituíram o Reino de Judá, com capital em Jerusalém. Esta divisão, ocorrida em 926 a.C., corresponde ao cisma hebraico que fragilizou os hebreus diante de outros povos expansionistas. As divergências entre os hebreus, seguidos de intrigas palacianas, rebeliões militares e assassinatos, facilitaram a decadência e a conquista estrangeira. No século VIII a.C., Sargão II, rei dos assírios, conquistou Israel. O Reino de Judá, só conseguiu escapar do mesmo destino devido à sua localização geográfica. Entretanto, a independência de Judá durou apenas algum tempo, pois, no século VI a.C., Nabucodonosor, imperador da Mesopotâmia, tomou e saqueou Jerusalém, levando os sobreviventes como cativos para a Babilônia. Quando, em 539 a.C., Ciro I da Pérsia conquistou a Babilônia, os hebreus foram libertados e retornaram à Palestina, reconstruindo o Estado hebraico na região de Judá, porem subordinado ao Império Persa.
FUNDAMENTOS Em princípio, vejamos as diferenças básicas dos termos: hebreus, israelitas e judeus. Hebreus é a designação primitiva dos descendentes de Abrão, os quais por sua vez, provinham do patriarca Heber
CIVILIZAÇÃO DOS HEBREUS - 3000 a.C. a 2000 a.C. A civilização hebraica desenvolveu-se na antiga Palestina, correspondendo a uma região cercada pela Síria, pela Fenícia e pelos desertos da Arábia. Seu território era cortado pelo rio Jordão, cujo vale constituía aárea mais fértil e favorável à prática agrícola e à sedentarização de sua população. O restante da Palestina, aocontrário, era formado por colinas e montanhas, de solo pobre e seco, e ocupado por grupos nômadesdedicados ao pastoreio. As tribos hebraicas chegaram à Palestina antes de 2000 a.C., conhecida há muito tempo como terrade Canaã devido aos seus primeiros habitantes, os cananeus. Tanto estes como os hebreus eram de origemsemita, denominação moderna dos descendentes de Sem, mencionado no Antigo Testamento como o filhoprimogênito de Noé, e tido como o remoto antepassado dos hebreus (hebreu também significa "povo dooutro lado"). A principal fonte da história hebraica é a Bíblia, pois em sua primeira parte, o Antigo Testamento,são apresentados não apenas elementos morais e jurídicos dos hebreus, como também seus valores religiosose narrativas históricas, muitas delas confirmadas pelas pesquisas arqueológicas. Essa simbiose entre seudesenvolvimento histórico e religioso explica por que seus principais personagens e feitos estão sempreenvoltos pelo sagrado e sobrenatural.As tribos semitas, no início da história hebraica, distribuíam-se entre a Síria oriental e aMesopotâmia, empreendendo inúmeras guerras pela conquista territorial e para obtenção de escravos emulheres. Quando um desses grupos semitas, os hebreus, chegou à Palestina, teve início a disputa pelodomínio da região, originando prolongados conflitos contra os cananeus e os filisteus, dos quais os hebreussaíram vitoriosos. Os hebreus, estabelecidos na Palestina, organizaram-se em grupos familiares patriarcais,seminômades, iniciando o desenvolvimento das atividades agrícolas e pastoris. O primeiro grande líderhebreu, segundo o Antigo Testamento, foi Abraão (2166 a.C.), mesopotâmico originário da cidade de Ur, naCaldéia, considerado o primeiro patriarca hebreu. Dirigindo-se à Palestina, Abraão anunciava uma novacultura religiosa, monoteísta, que mais tarde cimentaria a unidade dos hebreus; estes acreditavam que Abraãorecebera de Jeová ( lavé, deus dos hebreus), a promessa de uma terra para eles e seus descendentes, ondehaveria de correr "leite e mel".Na narração bíblica, depois de Abraão, as tribos hebraicas foram lideradas pelos patriarcas Isaac e Jacó (ou Israel), sendo que este último deixou doze descendentes que deram origem às doze tribos de Israel.A seguir, devido aos diversos conflitos contra vizinhos e às dificuldades econômicas, muitos hebreusacabaram abandonando a Palestina, dirigindo-se para o Egito, onde permaneceram por mais de quatrocentosanos. Ao que parece, o faraó franqueava às tribos hebraicas as regiões próximas ao delta do Nilo, ricas paraas pastagens, buscando obter produção agrícola e criar uma barreira defensiva contra as tribos beduínaspróximas. Posteriormente, o nome Hebreu foi substituído elo de israelita, da palavra Israel, sobrenome ganho por Jacob, em sua vitória contra um anjo. Quanto a denominação de Judeus, deriva do período do cativeiro na babilônia, por serem habitantes de Judá. Os Hebreus, povo de raça semita, distinguiram-se entre outras coisas, pela peculariedade religiosa, contrastando com outros povos da antiguidade, pois eram monoteístas, isto é, acreditavam em um só Deus: Jeová. Num período, onde a maioria acreditava em vários deuses, ser monoteísta, transformava aquela gente em cidadãos particularíssimos. Em resumo, mantinham relações pessoais com o seu Deus, contrastando com as demais religiões da Antiguidade, que abrangiam o povo como um todo.
Outras distinções haviam, destacando-se: Não se limitavam às orações ou cerimônias públicas. Evidenciavam a importância da Moral, estimulando a prática do Bem e da Justiça, bem como o respeito às leis locais Essa fé inquebrantável, que deu origem ao cristianismo e ao islamismo, em que pese as agruras sofridas, continua viva e atuante até os nossos dias.

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